terça-feira, 3 de junho de 2008

Dor

Porque é que a dor tem que ser tão forte?
E o coração tão fraco?
Porque não conseguimos controlar os sentimentos que nos torturam?
Aquele sentimento cego,
E mudo..

Não consigo falar.
As palavras não me saem.
Mas estão cá.
Continuam enroladas na minha cabeça,
E no meu coração.

Queria erguer-me sobre tudo,
Mas não tenho força.

Meu corpo cai sobre o chão,
Jaz num jardim,
Num mar sem fim..

Sim.
Estou perdida no meio do oceano,
Para mim já todo o sítio é igual.

segunda-feira, 7 de abril de 2008



Deixa-me nadar,
Nas profundezas do teu mar,
Deixa-me sentir e ver o teu olhar.
Só queria ter o céu para nós,
As estrelas para nossas testemunhas,
E o luar como nosso encanto de amar.
Apetece-me cair nos teus braços, e não acordar.
Ficar assim a sonhar.´



Quero sentir a brisa,
E cheirar a maresia
Quero ouvir a melodia da Primavera,
Cantar para nós.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Caminho

Escrevo com saudade
Daqueles tempos áureos.
Tempos esses que passaram.
Nova vida agora.
Vejo o colorido das folhas que rasgam a rua,
O cheiro da terra (lavrada),
As pétalas de rosas cheias de vida,
O olhar alegre das pessoas que passam,
Os seus sorrisos rasgados,
As suas simples palavras
Envoltas de emoção de cada momento.

Os cabelos ao vento
E a brisa da manhã na cara,
Mais um dia que começa,
Mais um dia que acaba,
Mais uma experiência que fica,
Que caminha comigo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Tudo à nossa volta
Cai.
Tudo se desmorona.
A rua é estreita e
Tudo tem paredes.
Não tens por onde fugir,
E nenhuma porta se abre,
Para te salvar.
Corres,
Mas tudo
Onde quer que estejas,
Cai,
Atrás de ti.
Já nenhum lugar
É seguro.
As portas não só não se abrem,
Como também se fecham.
Acontece tudo repetido.
Todos os casos,
Acabam ou caminham
Para acabar da mesma maneira.
Procuras solução,
Mas não a encontras.
Parece que está tudo cada vez mais longe.

Apetece-te estar longe.
Distante deste fim de mundo.
Ainda tentas ter esperança.
Mas a força para acreditar nela
Esgota-se,
Tal como tudo…
Como as tuas outras forças.
A escuridão,
Tens medo dela,
Mas ao mesmo tempo procura-la,
Para poder descansar,
Pensar em tudo,
Noutra saída,
Talvez num qualquer portal,
Que te transporte para um outro mundo.

tarde demais

É tarde de mais para voltar atrás...
É tarde demais para perdoar,
Para compreender...
Não percebo...
Não tem lógica.
Nada tem..
Que mais desculpas podes dar?!
Nada justifica,
O que me fazes.
Nada serve para nada..

Não é justo,
Não te posso compreender
Não tens razão para ser assim.
Porque não vês o meu lado...
És tu quem me faz ter este lado negro
És tu quem mais mal me faz,
Não os outros que rodeiam,
És tu quem piora a situação.

Fazes despertar a raiva,
Tudo aquilo que tenho lá no fundo.

Não,
Não posso continuar com esta selva cá dentro.
Tenho que soltar tudo isto...
Já não consigo guardar tudo para mim.
O balão estourou.
Foste a agulha que o rebentou...

sábado, 5 de janeiro de 2008

existência


Verei um amigo desaparecido em cada canto?
Um vulto que se move,
Que deambula entre ramos secos da estação?
Oculta sombra que se avizinha..
Entre nós,
Entre a nossa estranha existência de heróis derrotados.
Proponho uma conversa calada entre nós..
Uma pálida discussão entregue aos bichos!
Sorrisos mortos que me falam,
Olhares vazios que me tentam chamar.
Corpos vádios que se encobrem.
Música feita de ruídos mudos,
Desse canto estranho em que existes.

Estranha existência feita do nada,
Quem és tu?
De que és feito?
Como me sussurras ao ouvido
Palavras mortas do dia-a-dia.
Sonhos vazios de uma realidade vaga.

Estou estranhamente inconformada com a vida.