quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

um pouco de m�sica;)




....

Perdida

Demónio que vens,
E me tentas levar..
Que me assombras
A cada instante,
A cada momento.
Causas-me dor e tormento.
Chamas-me para ti,
Queres que caminhe na tua direcção.
Ouço vozes que me chamam..
Vozes que me sussurram ao ouvido,
Baixinho,
A um canto da noite,
Que me embala.
Vozes que me adormecem,
Num sono sem fim,
Sem volta,
Sem retorno de qualquer pingo
De vida que ainda reste (em mim).

Sinto-me perdida,
No meio da escuridão que me assombra.
Vejo fantasmas.
Querem-me guiar com raios de luz,
Que meus passos seguem,
Com a certeza do que me espera,
Como se fosse a única esperança que ainda me resta.

existência

Já nem sei se existo.
Sou apenas um fantasma
Que vagueia por entre as multidões;
Ando entre suspiros e lamentos de uma vida;
Que já nem sabe qual o rumo a seguir.
Nada faz sentido quando tudo à nossa volta se desmorona.
Quando todo este mundo perde todo o sentido de existir.
Eu era um ser livre,
Sim, eu era feliz,
Antes de nascer.
Antes de ser corrompida,
Por uma vida/ um mundo mundano,
Corrupto e sujo.
Imundo de tantas voltas que levou.
Morro,
Liberto o meu espírito
Respiro e
Vivo.
Parte-me o coração,
Despedaça-me a alma,
Meu espírito morre
Tal como eu.
Deixei de ser o que era.
Deixei de viver.
Minha alma jaz,
Num corpo ainda meio vivo,
Devorado pelos sentimentos que tenho
Mas que receio.

sábado, 1 de dezembro de 2007

noite

Noite escura que chegas,

És dúvida e mistério,

Trazes-me incerteza.

És rio que corre até ao raiar do dia que amanhece cedo,

Um rio que tropeça nas pedras que tem em si,

Que se desvia e desliza sobre todas elas,

Continuando o caminho,

Sempre...

A tua corrente é forte e leva tudo consigo,

Arrastas tudo.

Mesmo assim,

Crio raízes em mim mesma,

Não consigo sair deste infinito cósmico em que me movo.

Sinto-me seca no meio da inundação da minha existência.

Presa na inércia de uma actividade extrema.

O sofrimento rói-me por dentro,

Faz a cabeça doer sem dor,

Faz-me correr parada.

escuro

O prazer de te conhecer...

Passivo na minha vida

monótona.

O colorido de conversas.

Das conversas

Dos desabafos,

Dos tormentos,

Daquilo que falamos..

Da vida que contamos

Enquanto passamos por ela brutalmente,

No enredo dos dias que desfilam.

Desfilam por nós..

Uns dias depressa de mais para os aguarrarmos,

Outros..que insistem em ficar,

Em rolar em câmara lenta.

Figuram caras nas nossas vidas

Caras desfiguradas pelos meus olhos.

Já não sei o que vejo..os sentidos enganam-me.

Vejo tudo escuro,

Talvez as trevas,

Escuridão a aproximar-se de mim

Sussuros

esse outro lado

Nadei pelas profundezas do oceano,

E ri-me da nossa existência.

Da maldade humana,

Que insiste em torturar

Cada suspiro que tenhamos.

Em asfixiar a vida que há em nós.

Mas a morte espera qualquer um,

Quer cruel, quer humilde.

Esse infinito cósmico espera-nos,

Com palavras mansas,

Entre lágrimas, suspiros e lamentos,

Duma vida passada.

Valeu ela a pena?

Que fizemos nós dela?

E a morte?

Será dormir eternamente, ou viver novamente?

Será uma nova vida? Uma segunda oportunidade?

Não travemos a vida! Não a deixemos passar em branco!

O desconhecido que nos assombra,

Os nossos medos,

Aquilo que não nos deixa avançar.

Que nos faz cair e levantar.