quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Primavera

Primavera,
Vejo-a bem à minha frente!
Engraçado como essa visão está mais escura
Da que lembro em criança!
Aquelas tardes quentes,
O sol radiante a iluminar toda a Natureza que dominava,
Todo aquele cenário que sempre vi da janela,
Aquele verde sem fim,
Com um azul esfuziante como pano de fundo.
Agora está morta.
Já nada tem a mesma cor,
As cores vivas deste tempo,
Não têm o mesmo brilho.
E todo este corrupio de mudanças,
Passa por mim, como borboletas a voar no seu caminho.
Perdi-lhe o cheiro.
Talvez tenha apenas mudado,
Ou a minha existência transformou-se,
E algo mudou com ela?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Apetece rasgar a carne do próprio corpo,
Fazê-lo sem piedade.

Ver sangue a escorrer por nós
Sem qualquer pudor.

A raiva que se sente é maior que qualquer dor.

O que os outros vão ver, ou sentir?
Que interessa?

Não sinto ou vejo nada mais que a minha dor,
Entranhar-se na pele
Que quero tirar.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sempre memórias e mais memórias

Memórias,
Pedaços de tempo,
Perdidos num cosmo alienado!

Recortes mentais de vida,
Memórias, esses bichinhos tolos que te remoem a cabeça,
De que te lembras quando menos deves.
Fico louca cada vez que me lembro todos aqueles momentos,
Que quero sentir outra vez,
Que quero viver outra vez.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A chuva bate num corpo quente,
Enquanto o vento arrepia corpos inanimados,
O céu escurece.

O cheiro a terra molhada,
As nuvens desfeitas em lágrimas,
O céu coberto de nada.

Uma cara triste que sorri,
Do encanto desta natureza morta,
Do barulho dos trovões,
Nasce nova vida.

Caminha,
Com calma, mas caminha,
Mesmo no meio da tempestade.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Doces asas que se abris,
E mergulhais no lago,
Deste bosque verdejante,
Onde cais por fim.

Recupera teu fôlego,
Levanta voo novamente,
E sobe às nuvens,
Vê o mundo de novo.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mais uma viagem que desperdiçamos,
Mais um autocarro perdido na nossa vida,
Uma oportunidade que voou.

Voou com o vento do Norte,
Com a maresia de Agosto,
Com um último suspiro!

A lágrima que correu,
Não corre mais.

Estás a ouvir este assobio lá fora?
É o vento a chamar-te.
Não o negues,
Não o rejeites.
Acolhe-o em teu leito,
Aprecia a sua doce melodia.

Ele veio,
Mas cedo parte.

Não o deixes voltar a ir,
Sem sentir aquele arrepio de frio
Que ele te traz.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Dor

Porque é que a dor tem que ser tão forte?
E o coração tão fraco?
Porque não conseguimos controlar os sentimentos que nos torturam?
Aquele sentimento cego,
E mudo..

Não consigo falar.
As palavras não me saem.
Mas estão cá.
Continuam enroladas na minha cabeça,
E no meu coração.

Queria erguer-me sobre tudo,
Mas não tenho força.

Meu corpo cai sobre o chão,
Jaz num jardim,
Num mar sem fim..

Sim.
Estou perdida no meio do oceano,
Para mim já todo o sítio é igual.