sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Tudo à nossa volta
Cai.
Tudo se desmorona.
A rua é estreita e
Tudo tem paredes.
Não tens por onde fugir,
E nenhuma porta se abre,
Para te salvar.
Corres,
Mas tudo
Onde quer que estejas,
Cai,
Atrás de ti.
Já nenhum lugar
É seguro.
As portas não só não se abrem,
Como também se fecham.
Acontece tudo repetido.
Todos os casos,
Acabam ou caminham
Para acabar da mesma maneira.
Procuras solução,
Mas não a encontras.
Parece que está tudo cada vez mais longe.

Apetece-te estar longe.
Distante deste fim de mundo.
Ainda tentas ter esperança.
Mas a força para acreditar nela
Esgota-se,
Tal como tudo…
Como as tuas outras forças.
A escuridão,
Tens medo dela,
Mas ao mesmo tempo procura-la,
Para poder descansar,
Pensar em tudo,
Noutra saída,
Talvez num qualquer portal,
Que te transporte para um outro mundo.

tarde demais

É tarde de mais para voltar atrás...
É tarde demais para perdoar,
Para compreender...
Não percebo...
Não tem lógica.
Nada tem..
Que mais desculpas podes dar?!
Nada justifica,
O que me fazes.
Nada serve para nada..

Não é justo,
Não te posso compreender
Não tens razão para ser assim.
Porque não vês o meu lado...
És tu quem me faz ter este lado negro
És tu quem mais mal me faz,
Não os outros que rodeiam,
És tu quem piora a situação.

Fazes despertar a raiva,
Tudo aquilo que tenho lá no fundo.

Não,
Não posso continuar com esta selva cá dentro.
Tenho que soltar tudo isto...
Já não consigo guardar tudo para mim.
O balão estourou.
Foste a agulha que o rebentou...

sábado, 5 de janeiro de 2008

existência


Verei um amigo desaparecido em cada canto?
Um vulto que se move,
Que deambula entre ramos secos da estação?
Oculta sombra que se avizinha..
Entre nós,
Entre a nossa estranha existência de heróis derrotados.
Proponho uma conversa calada entre nós..
Uma pálida discussão entregue aos bichos!
Sorrisos mortos que me falam,
Olhares vazios que me tentam chamar.
Corpos vádios que se encobrem.
Música feita de ruídos mudos,
Desse canto estranho em que existes.

Estranha existência feita do nada,
Quem és tu?
De que és feito?
Como me sussurras ao ouvido
Palavras mortas do dia-a-dia.
Sonhos vazios de uma realidade vaga.

Estou estranhamente inconformada com a vida.